RITA BRAGATTO – Semana passada eu vi um meme em uma rede social que dizia: “Meu anjo da guarda conversando com Deus deve ser assim: ai, ai, o que a gente faz com essa doida?” Na hora, lembrei do meu anjo. Eu sempre estou conectada com ele. Converso. Peço orientação. Agradeço sua proteção. Me tranquiliza acreditar na sua existência. Mas confesso que fiquei com pena dele. Eu o imaginei bem exausto! Deve ser puxado me dar proteção! Dou um trabalho danado!
Segundo a tradição cristã, o anjo da guarda é enviado por Deus no nosso nascimento para nos acompanhar durante toda a vida. Ele é pessoal. Exclusivo. E sua função é estar sempre pronto a nos proteger, animar e orientar. É claro que, com o livre arbítrio, temos autonomia para fazer nossas próprias escolhas. E, com sabedoria, o anjo da guarda respeita isso. Mas se a gente apurar os ouvidos, com certeza, vai receber bons conselhos. Eu faço isso direto. E, mesmo quando não sigo suas orientações, vejo a sua proteção se manifestar de diversas formas.
Semana passada, por exemplo, eu realizei uma grande empreitada. Saí da Itália e fui pra França acompanhar um grupo de brasileiros durante um final de semana de atividades na Libre Université Du Samadeva. Aproveitei a viagem para rever alguns amigos e para pegar a minha bike. De lá, viajei para a Bélgica. Eu precisava reunir meus pertences que estavam em três diferentes casas (de uma brasileira, de uma croata e de uma belga). Com a tralha toda reunida, organizei uma mala para viver os próximos meses. Na sequência, parti de volta para a Itália.
Imagine a cena: eu tinha a bike em uma mão. Na outra, uma mala de 23 kg. Nas costas, uma mochila de uns 10kg. No peito, meu equipamento fotográfico. Cheguei numa sexta à noite. Moída. E, no sábado cedo, outra empreitada já me aguardava: eu tinha acertado a mudança para uma nova casa.
De maneira macro e simplista, fiz isso tudo sozinha. Mas, se eu for olhar nas entrelinhas, observo que estava cercada de anjos! Teve a minha amiga, que me hospedou no sofá da casa dela e me emprestou o carro. O senhorzinho que me ajudou a empurrar a bike durante a conexão. Teve também o belga que, mesmo não me conhecendo, foi me buscar no Terminal em Roma. E sem contar a revisão profissional que meu vizinho fez na minha bike sem cobrar nenhum tostão. Para mim, isso tudo é sinônimo de muita proteção!
A minha condição atual na Europa ainda pressupõe alguns obstáculos. Estou sozinha. Sou sempre uma estrangeira. Ainda não sou fluente nos idiomas dos países onde estou vivendo. Ou seja, existe uma resistência, uma força de negação que não é pequena! Mas toda vez que eu me sinto impotente, fraca, cansada ou até mesmo triste, eu me conecto. Peço ajuda espiritual. E, no mesmo instante, sinto-me preenchida de uma força de afirmação. De validação dos meus propósitos. Dos meus sonhos. Meu anjo da guarda envia outros anjos! Ele não brinca em serviço!
Estou começando este segundo semestre de 2019 de um outro lugar. E esta mudança não é só física. É principalmente interna. É emocional. Estou me sentindo muito ancorada com as minhas forças. Sei que isso tem a ver também com o fato de eu estar na Itália, terra dos meus ancestrais. E, agora, com a tranquilidade de viver legalmente como cidadã italiana.
Minhas asas estão bem fortalecidas. Eu me sinto livre. E muito inspirada na frase da autora francesa, Anais Nin: “A vida se expande e se contrai de acordo com a nossa coragem”. Que venham as novas andanças. Eu e meu anjo da guarda, com certeza, vamos fazer lindos voos!
Rita Bragatto | Psicanalista | Consteladora Familiar
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