FREDERICO MORIARTY – Joanne Rowling nasceu na Escócia numa família de classe média. Aos 17 anos, tentou Oxford mas não passou. Acabou fazendo Exeter, a sexta melhor do Reino Unido e a vigésima da Europa. Estudou Artes Clássicas e Francês. Sempre falou que preferia ler Dickens e Tolkien do que os textos acadêmicos. Formou-se em 1986 e foi trabalhar como professora. Voltou ao Reino Unido e, numa tarde, retornando do trabalho num trem, teve a ideia de escrever a história de uma escola de bruxaria.

Começou os manuscritos em 1990. Casou-se no ano seguinte com um português e foi morar na cidade do Porto. Foram 3 anos terríveis, o ex-marido era um bosta, bateu-lhe algumas vezes. Ela divorciou-se com uma filha de 1 ano no colo e voltou à Grã Bretanha pela 2° vez. Nesse período, o sofrimento só crescia. A mãe de Rowling faleceu depois de anos de sofrimento com uma esclerose múltipla. O divorciado português, raivoso e macho-alfa, começa a persegui-la na terra de Sean Connery.
Rowling trabalhava de professora substituta ganhando uma merreca, o sustento vinha do bolsa-família inglês. Como a filha pequena acostumou-se a dormir em lugares agitados, a escritora passava horas num café de parentes. Ali ela datilografava o manuscrito interminável numa velha máquina de escrever. Não conseguia se efetivar como professora. Entrou em depressão e pensou seriamente em suicidio.
Em julho de 1995, aos 30 anos, terminou as 250 págs de Harry Potter depois de 5 anos de escrita. Na prática ele datilografou 1 página por semana. Seu editor entregou os originais para 12 editoras. Todas recusaram a história. Veio a Bloomsbury e quase uma nova recusa, porém a filha do fundador da editora, uma senhorinha de 82 anos adorou a história do bruxinho e bancou a publicação. Os redatores decidiram ainda que as vendas seriam maiores se os leitores não percebessem que era uma escritora e sim que o autor fosse um homem. O machismo a perseguia. Por esse motivo Joanne virou J.K. Rowling.

A primeira edição saiu nos fins de 1995 numa tiragem de 1000 exemplares. Rowling recebeu £1.500 de adiantamento. Passados 24 anos e 7 livros da saga do bruxinho, J.K. Rowling e Harry Potter venderam 800 milhões de livros. Ela só perde para outra britânica em números, Agatha Christie. Curiosa é outra semelhança: o mais famoso detetive de Christie é o belga Hercule Poirot, as mesmas iniciais de Harry Potter e mais, o detetive tem as memas 6 letras no sobrenome e 4 delas se repetem, quase um acrônimo.
Seria esse o motivo do heterônimo Robert Galbraith ter escrito 4 livros de detetive? As vendas lhe renderam até hoje £ 1 bilhão (dos quais ela doou 16% para entidades que estudam a esclerose múltipla e protegem crianças carentes ). O último livro da saga vendeu impressionantes 11 milhões de cópias no primeiro dia. A Warner Bros comprou os direitos da série e David Heyman produziu 8 filmes que tiveram a adaptação a cargo de Steve Kloves. Faturou US$ 1,2 bilhões e encontrou em Daniel Radcliffe um intérprete quase perfeito.

Na saga existem vários elementos da vida de Rowling, afinal toda obra é sempre autobiográfica. Os fãs da série adoram buscar as semelhanças. Temos os seres sugadores da felicidade da alma, os Dementadores. Aludindo à depressão.
A conta bancária escondida de Harry Potter, nas profundezas da cidade, assim como as dificuldades econômicas de Rowling fizeram aflorar a riqueza da literatura. E o vilão Voldemort, tem no sobrenome uma palavra de clara influência latina. Mort não tem sentido nenhum em inglês, mas em português todos nós sabemos o significado. O primeiro e violento marido dela era um português.

Depois que Rowling usou King’s Cross
como um portal para o Mundo Mágico, a estação se tornou uma atração turística popular
Joanne Rowland se casou novamente, teve um filho parece ser feliz com o novo relacionamento. É premiada e reconhecida pelo seu trabalho. A história dela nos ensina 3 coisas:
1) A vida é difícil e desesperadora para muita gente. Sendo que para boa parte delas o sofrimento dura uma eternidade;
2) Quando se acredita numa coisa, jamais se pode desistir. Ninguém vai te entender e a maioria vai dizer que você é louco e desorientado ( isso é um sinal de que está no caminho certo);
3) Não é porque você se identificou com a história dela que irá se tornar alguém de sucesso. Teu fracasso em tudo na vida só lhe serve para perceber que é da humanidade o errar quase sempre. E a maior bruxaria é aprender a lidar com isso e seguir em frente.

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