LUCY DE MIGUEL (Blog EU COM O MUNDO) — Ao longo dos últimos 13 anos como empresária e empreendedora social, fiz parte de vários grupos de empreendedores, de mulheres empreendedoras, de associações, e nunca tinha participado de conversas ou qualquer tipo de treinamento em gestão que falasse de sentimentos, de propósito ou de vínculos, com exceção dos vários treinamentos sobre liderança emocional. Ali, sim, trabalhava-se o despertar e o fortalecimento do amor, do autoconhecimento e do propósito.
Agora, confesso que de uns tempos pra cá, passei a falar sobre propósito e amor nos meus treinamentos sobre responsabilidade social. Não dava mais para evitar. Deixei de lado a vergonha de parecer piegas e comecei a falar de uma gestão baseada em sentimentos humanos, em olhar para o outro, em ajuda-lo a crescer. Essa é a base do amor fraterno. E como isso traz resultados positivos para os negócios. Deu certo!
Todo mundo quer felicidade e sucesso. Entenda-se todo mundo mesmo! Quase meio século de vida já me permite afirmar que as empresas de sucesso são (e serão) aquelas movidas por um propósito único, baseado no amor ao próximo.
E sabe por que falo de amor para empresários e, principalmente, líderes educacionais? Porque eu acredito que essa é a mola-mestra, que dá movimento a tudo, numa espiral ascendente (essa, sim!), crescente, positiva, que nos faz evoluir.
Amor nos tempos de inteligência artificial
Vejo essa valorização do amor em plena era da Indústria 4.0, a chamada Quarta Revolução Industrial, com a supremacia da automação, da inteligência artificial, da internet das coisas e da computação em nuvem.
Já ouvi especialistas implantando o terror com previsões do futuro: aumento do desemprego, redução dos salários, desvalorização do humano, entre inúmeras catástrofes naturais por consequência dos danos recorrentes ao meio ambiente. Não os desqualifico, porque essa é uma previsão perfeitamente possível se não mudarmos nossa visão agora.
De verdade, sou totalmente otimista com as mudanças que estamos presenciando. Vejo que as empresas estão caminhando para a valorização de relações mais humanas e humanitárias, vejo o despertar de uma sociedade que reconhece e assume o seu papel social, solidário e participativo em busca de uma transformação tão necessária. Cada vez mais se evidencia a necessidade do desenvolvimento de habilidades socioemocionais, porque o que vai mudar é a nossa forma de nos relacionarmos com o novo, é o nosso comportamento. Nosso sucesso será o resultado dos vínculos que estabelecermos.
Toda essa questão quântica está aproximando cada vez mais ciência e religião, comprovando a nossa essência única e nossa interconexão. Dependemos uns dos outros nesta grande aldeia global.
Como virá essa grande transformação?
Entendo que será quando encontrarmos um perfeito equilíbrio entre razão e emoção. Então, raciocina comigo: se a mudança é comportamental, significa que não começa no outro, mas em nós mesmos. Não se trata de excluir a razão, mas de colocar o coração em todas as relações humanas, de forma equilibrada.
Um médico pode atender seu paciente seguindo todos os protocolos, da forma mais científica ou técnica que ele entender, porém com um sorriso no rosto, olhando nos olhos do paciente, segurando suas mãos, escutando o que ele diz, demonstrando afeto. Isso ajuda no processo de cura, porque há evidências científicas de que a maioria das nossas doenças tem origem emocional.
E na escola? Já está comprovado que um aluno aprende mais rápido e de forma mais duradoura se houver afeto nas relações. Por que isso acontece? Porque se gera um vínculo afetivo entre professor e aluno. Estabelecer vínculos é o mesmo que formar raízes.
Se você entender o poder do vínculo, já entendeu tudo, está meio caminho andando. A outra metade é colocar em prática esse aprendizado e começar agora a estabelecer os seus vínculos. E, mais do que obter sucesso, você se tornará inesquecível e deixará todo um legado… Pode acreditar!
Foto: Depositphotos
LUCY DE MIGUEL é jornalista, empresária do setor editorial, idealizadora e editora da revista NA MOCHILA, mãe da Sabrina e do Tiago. Como empreendedora social, fundou o Instituto Noa e idealizou o “Escolas do Bem“, o primeiro programa brasileiro de responsabilidade social nas escolas. É palestrante e professora de pós-graduação. Acredita que só é possível crescer fazendo os outros crescerem. Criou esse blog para promover reflexões sobre o papel de cada um de nós na construção de um mundo melhor.
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