
GERALDO BONADIO (Blog do Bonadio) – O denominador comum entre os episódios de violência contra mulheres vindos à tona, nestes últimos tempos, é a exploração ampla, geral e, pelo jeito, irrestrita, da vulnerabilidade em que as vítimas se encontram. É esse o traço de união entre trajetórias como as da ex modelo Andréia Ulrach – que escoou um patrimônio de R$ 1,5 milhão de sua conta bancária, valor indispensável à sua futura sobrevivência, para as de um receptor universal -, da influenciadora digital Mariana Ferrer e as de seguidoras de João de Deus ou do mestre da meditação Fulano de Tal.
O saudoso mestre Wlademir dos Santos, a cabeça mais iluminada da educação em Sorocaba, disse-me, certa ocasião, que, no Brasil, a ética profissional se limita e um único procedimento: verificar se o agente da conduta aética tem ou não carteirinha do respectivo colegiado. Se não a tem sofre punição severa; se tem, escapa impune – ou quase isso -, não importando a barbaridade cometida. Veja-se a presteza das corporações do Judiciário, do MP e da advocacia de Santa Catarina em passar o pano para a caterva que tirou da condição de vítima e colocou no banco dos réus Mariana Ferrer.
Em meio a essa hipocrisia generalizada, a responsabilidade é sempre da mulher.
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