Onde estás agora, Cunhataí?

Rubens Nogueira

Já não me lembro da lenda completa que envolve as Cataratas do Iguaçu, mas aquela maravilha da natureza nasceu das lágrimas de uma jovem, sabe Deus há quanto tempo.

Já a floresta, que vai até onde termina o Parque Nacional, existe porque Santos Dumont convenceu Getúlio a criar o Parque Nacional do Iguaçu.

Quem sabia contar essa história era o dr. Wilson de Souza Aguiar. Ele, aliás, muito contribuiu para popularizar a grande extensão de floresta atlântica, a qual cobria o território nacional.

O dr. Wilson está a merecer uma homenagem pelo seu empenho em popularizar o parque e combater o vandalismo que se praticava, na época, com abate de árvores e ocupação indevida, nesse resto de mata atlântica que, em priscas era, cobria todo o litoral como que uma extensão da Amazônia.

A Itaipu Binacional, tão combatida por haver inundado e afogado as Sete Quedas, muito contribuiu e continua fazendo para criação de floresta, ao longo do lago que regula as vazões na barragem.

A gigantesca usina hidrelétrica concorre com as cataratas, ao receber milhões de turistas que visitam Foz do Iguaçu.

Este ano o Tratado de Itaipu se extingue e o Paraguai poderá vender os 50% de energia produzida pelas 20 turbinas – 700 mil litros de vazão por segundo –, e será então um país ainda mais rico do que foi há 150 anos, quando produzia o aço do armamento utilizado pelos voluntários da pátria.

O pequeno grande Paraguai foi destruído pela Tríplice Aliança – Portugal, Inglaterra e Espanha.

Chatô incompleto

Comprei, li e doei a biografia dele, imensa, mas incompleta. O Brasil ainda não reconheceu, por escrito, o quanto deve àquele nordestino que levou e elevou o nome do Brasil aos quatro cantos do mundo.

Foi ele quem tornou o país conhecido pelos brasileiros e revelou ao mundo um Brasil rico em história e culturalmente nivelado com o que mais se possa chamar de cultura.

Por exemplo: ultrapassou o que Onássis fez pela Grécia, hospedando em seu iate o ex-ministro Churchill. Foi à coroação da rainha Elizabeth e presenteou-a com um colar de pedras preciosas brasileiras.

A embarcação de Onássis deve estar apodrecendo em alguma parte do oceano, mas o colar ainda pode ser visto no Museu, na Torre de Londres.

Francisco de Assis Chateaubriand Bandeira de Mello é o Mecenas do Brasil.

Maria Luiza de Moura Nogueira

Nascida em 1926, na rua do Riachuelo, no Centro do Rio, Maria Luiza teria completado 94 anos em 10 de setembro.

Ontem, Ana e Aurora vieram me visitar. Ana, nossa primeira filha, nasceu aqui, no Amparo (ela, irmão e irmãs também nasceram aqui no Rio Comprido). Aurora pertence à família desde seus primeiros meses de vida. Considero-a filha.

Nosso casamento estava escrito nas estrelas. Logo que cheguei ao Rio, em 1948, a conheci. Ela estava embarcando para dois anos de estudos nos Estados Unidos. Naquele tempo, os viajantes embarcavam em um hidroavião na Praça XV e dali eram levados ao Galeão; de lá, seguiam viagem para seus destinos.

Fui com Waldo e Maria Luiza Cruz e mais não me lembro quem. Mal a conhecia.

Quando voltou, dois anos depois, foi um vapt-vupt. Noivado no meu aniversário, 30 de junho e casamento em 10 de setembro, aniversário dela.

Difícil foi convencer o pai dela a me aceitar como genro. A contragosto, ofereceu almoço em sua mansão no Jardim Botânico. A recepção ficou por conta da mãe dela, dona Carlota, em seu apartamento na Avenida Atlântica.

A igreja abriu no dia 10, segunda-feira, excepcionalmente.

Fomos felizes. Ela me deu cinco filhos (dois homens e três mulheres).

Curioso. Escrevo onde resido, o Amparo Feminino. Todos os cinco filhos nasceram aqui.

Foto principal: Alexandre Marchetti/Itaipu Binacional

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