FREDERICO MORIARTY
Zélio Fernandino de Moraes estava com 17 anos. Branco, de classe média, católico, natural de São Gonçalo, estado do Rio de Janeiro, estava prestes a se alistar na Marinha do Brasil. Um certo dia ficou totalmente paraplégico. Era 14 de novembro de 1908 quando anunciou para a família que “ amanhã levantarei”. No dia seguinte, Zélio andava pela casa. Diante do suposto milagre, a família o levou até o padre de confiança. Nenhuma solução para o enigma. Dirigem-se então para uma sessão espírita, realizada na Federação Espírita do Rio de Janeiro, sediada na época em Niterói, no Rio de Janeiro. Nela, Zélio apresenta-se como a encarnação do “Caboclo das Sete Encruzilhadas”, por sua vez o índio era a reencarnação de Gabriel Malagrida, um padre italiano barbaramente morto. O padre foi empalado e depois queimado vivo. Acusado de heresia pela Inquisição no final do séc. XVII. Voltaire, horrorizado com a história, décadas depois, coloca o sofrimento do padre em “Cândido”: “(…) ao excesso de absurdo, juntou-se o excesso de horror”.
O desprezo dos católicos e o ceticismo dos kardecistas obrigou Zélio a fundar sua própria religião, denominando-a primeiro de Alabanda. Anos depois, a religião passava a ser conhecida como Umbanda. Com as subdivisões posteriores e as reinterpretações doutrinárias realizadas em dois Congresso Nacionais ( um deles nos anos 40 e outro nos 70), a vertente criada pelo fundador oficial é denominada de Umbanda Tradicional, ou Umbanda Cristã, Umbanda Pura ou Umbanda Branca. Prega a Paz, a Caridade, a Humildade.
Em geral, a Umbanda dedica-se a cura espiritual. Recomenda-se a gratuidade de todos os cerimoniais. Existiria um único Deus criador de todas as coisas: Olorum. Abaixo dele existem os Orixás ( originalmente eram forças da natureza da cultura Iorubá que foram personificadas pelas religiões afro-brasileiras), entre eles: Oxalá (sincreticamente Jesus Cristo, o mais importante deles), Oxóssi (São Sebastião), Xangô ( São José, São João ou São Pedro), Ogum (São Jorge), Yemanjá ( Nossa Senhora dos Navegantes), Yansã (Santa Bárbara) e Omolu ( São Roque, aquele que cura as pestes). A seguir vem as falanges de espíritos iluminados: os Caboclos (encarnações dos índios), os Pretos Velhos ( ex-escravos), os Exus, as Pombagiras e os Erês ( espírito das crianças).
Zélio dizia que em sua igreja todos poderiam entrar: pobres e ricos; brancos e negros; índios. Na cura divina da Umbanda, só não cabe o preconceito. O caráter sincrético, popular e nacional da Umbanda eram personificados no altar central da Tenda Espírita Nossa Senhora de Piedade ( Cabana de Pai Antônio), o primeiro terreiro do país, ainda em funcionamento ( em outra cidade e hoje denominado de Tenda Espírita Bezerra de Meneses) e administrado pelos netos de Zélio. Existe um quadro presenteado por um fiel nos anos 20. Retrata um Caboclo segurando um penacho nas mãos, com uma paisagem de araucárias atrás e um grande mastro com a bandeira do Brasil. Ao lado do quadro há uma peça de São Sebastião seviciado.
O fundador ainda designou 7 militares da nascente República para fundar os terreiros em cada uma das 7 encruzilhadas. Todos os militares escolhidos eram brancos, o que tem permitido críticas constantes a uma possível tentativa de branqueamento da religião e à excessiva proximidade com o poder político que em vários momentos a religião teve, como a do final do primeiro governo Vargas (1930-1945) e na ditadura militar ( 1964-1985). Uma última questão temos em relação a origem do nome Umbanda:
(…) Para Leopoldo Betiol (1955) o termo Umbanda tem o significado de magia branca voltada somente para a prática do bem. Segundo José Antônio Barbosa (1972) “Umbanda ou Doutrina da Luz é uma palavra de origem africana e que serve para designar uma forma peculiar de espiritismo religioso” (BARBOSA, 1972, p. 23). Ronaldo Antônio Linares (2010) destaca que Umbanda significa a arte de curar, a ciência médica, o ofício próprio do ocultista. Na concepção de Roger Feraudy (1987) a palavra Umbanda vem de aumbram, que significa Deus em manifestação[1]
O lugar e o espaço da Umbanda
A Umbanda nasce em meio a transformação da antiga capital do Brasil na cidade maravilhosa. Um cartão postal com praias maravilhosas, calçadões ladrilhados e doutro lado da foto, apenas o negro papel da exclusão. O negro da inexistência, da violência e da segregação para muito além dos morros, onde habitava a população mais pobre, de ampla maioria formada por negros. O Rio de Janeiro possuía cerca de 900 mil habitantes e iniciava sua urbanização. Na mesma época São Gonçalo (RJ), terra de Zélio Fernandino, era apenas uma vila de pouco mais de 30 mil moradores ( hoje tem 1,1 milhões de habitantes). São Paulo estava com 300 mil habitantes e o viaduto do Chá estava acima de dezenas de chácaras plantando chá e aproveitando as ricas fontes hídricas do vale. A capital dos bandeirantes parecia um grande sítio. Salvador possuía um pouco menos disso e muito mais cachoeiras e matas.
Por que citei as 4 cidades no início do séc. XX? Pois elas foram os grandes centros difusores da Umbanda na sua história. As 3 capitais e a cidade onde nasceu a religião.
O Brasil era um país de 20 a 30% de taxa de urbanização (lembremos que o Censo de 1910 não foi realizado). Tratava-se de um país rural, com a maior parte de sua cobertura vegetal ainda preservada e dotado de rios, afluentes, cachoeiras e cascatas em sua maioria virgens. Como sabemos, as religiões de matriz africana e a Umbanda dependem profundamente desse espaço natural. Seja para a instalação dos terreiros, seja para a realização de cerimoniais religiosos em matas, rios e mares ou, principalmente, para a busca dos elementos como ervas e pedras para a cura espiritual e física dos seus seguidores. Desde as tradições africanas se dizia: “ sem ervas, sem orixás”.
As reformas urbanas do espaço carioca e posteriormente, a industrialização e urbanização da capital fluminense avançaram sobre a natureza. Mudanças que ocorreram em São Paulo também, afinal passadas seis décadas do tempo da fundação da Umbanda, a população da capital paulista cresceu 33 vezes, atingindo quase 10 milhões de habitantes. Salvador multiplicara por 7 seus habitantes. Minas Gerais ganhou uma capital planejada e urbana. O campo era o símbolo do atraso. O concreto engoliu a natureza, pintando de cinza o céu azulado dos terreiros. Os Terreiros de Umbanda foram para as periferias, para as favelas, para as áreas distantes e ainda não incorporadas pela especulação imobiliária. A segregação espacial no Brasil nunca foi somente de gentes, foi também de culturas, ideias, religiosidades e de direitos.
A casa do pai ou mãe de santo virou o terreiro, pois a Umbanda não é lugar de templos suntuosos e rígidos como os de tradição judaico-cristã ou islâmica. Um quintal de terra e poucas árvores é um resquício das matas virgens. Animais, pedras, árvores, rios, riachos e cachoeiras: a Umbanda fervilha sua fé no contato com a Natureza, ao contrário das religiões monoteístas. Igrejas, templos, sinagogas, mesquitas parecem imensas construções edificadas, separando fiéis e o mundo físico. Elevadores de cimento e mármore para os céus, isolando homens e o meio natural da salvação. Estudos feitos em Recife, Porto Alegre, Salvador e Rio de Janeiro confirmam esse aspecto.
Ervas, incensos, sal grosso, perfumes e imagens de santos, orixás e entidades vem atualmente de casas “especializadas”. Há todo um comércio que abastece os terreiros de Umbanda.
O subúrbio carioca e a Baixada Fluminense, desde então iriam criar suas próprias identidades históricas, culturais e religiosas, que se faz presente até os dias atuais, pois ainda observamos a presença destas religiões majoritariamente no subúrbio e Baixada Fluminense. A localização das chamadas casas de macumba, que são responsáveis pela venda de artigos religiosos destinados aos cultos, está situada, grosso modo, a partir do centro da cidade do Rio de Janeiro, rumo a Zona Norte. Tendo destaque para o Mercadão de Madureira, que é o grande ponto de referência de compras para os praticantes das religiões afro-descendentes.[2]
Os banhos podem ser feitos em casa, pois a tradição ritual de banhos em cachoeiras virgens é praticamente impossível de se cumprir nas grandes cidades. O que muitos pais e mães de santo atuais dizem é que Umbanda significa “O Deus que está em mim é o mesmo deus que está em você”, numa clara influência do Hinduísmo. Na prática está a se dizer que Deus não está na natureza apenas, ele está em todos os lugares, portanto um banho de sal grosso, de alecrim, de sálvia, de manjericão ou a limpeza com folhas de espada de São Jorge dependem muito mais da fé depositada na religião e nos seus orixás, santos e entidades do que nos lugares. A necessidade levou a reinterpretação dos cultos, aprofundando os conceitos e crenças.
Sendo assim, as cidades passam a ser pensadas como parte integrante do cosmos umbandista, que extrapola o domínio dos terreiros. Ao demarcar seu território com ações e práticas religiosas, o grupo religioso identifica-se com a cidade, criando uma identidade vivida/espacial. Dessa forma, as cidades passam a se apresentar não apenas como o lugar da convivência dos homens entre si, mas também de convivência dos homens com os seus deuses, criados e invocados, principalmente, pelas suas oferendas[3]
Outros lugares de culto são os cemitérios e as encruzilhadas. Encruzilhadas são pontos de encontro entre as pessoas e destas com os espíritos, local de união das forças dos quatro pontos cardeais. Ali são depositados os despachos ou ebós. Há encruzilhadas em T para as entidades masculinas e em X para as femininas. Para Exu são oferecidos galos de cor escura, farofa, carne bovina e bebidas alcoólicas. Para as Pombasgiras levam-se flores vermelhas, cigarros, anis, champanhas ou licores diversos. Os espíritos de boiadeiros recebem suas oferendas nas matas, nos caminhos de mato e em área rural próximo a currais de gado. A beijada é feita para as crianças. O melhor local para depositar as oferendas são os jardins e praças floridas. Essas são em geral frutas e doces diversos. Gostam também de guaraná, água com açúcar, flores miúdas e essência de maçã.
Quem são afinal os umbandistas?
Segundo o Mapa das religiões, divulgado em 2018 pela Fundação Getúlio Vargas (FGV), o número de pessoas que se declararam umbandistas se resume a 0,0023% da população brasileira ( cerca de 481 mil pessoas). Em 1980 já era minguado 0,006% ( 714 mil praticantes), passando para 0,005% em 1991 e 0,003% em 2000, e 0,0022% ou 432 mil pessoas em 2010, segundo o IBGE. Há três estados em que se destacam a presença dos terreiros e adeptos da Umbanda, quais sejam: Rio Grande do Sul, Rio de janeiro e São Paulo. A ausência da Bahia é facilmente explicada pelo predomínio do Candomblé no Estado. A capital gaúcha sozinha concentrava 20% dos fiéis em todo o Brasil no Censo de 2010. O Rio de Janeiro vem em segundo lugar, somando 125 mil praticantes da Umbanda e Candomblé juntos, ou cerca de 30% do total. Vejamos o mapa da Umbanda:
Vários fatores podem explicar esse número diminuto numa religião tão brasileira, tão popular e tão aberta às minorias. O primeiro deles é a longa hegemonia católica no país. Vejamos os dados recentes do IBGE:
Tal hegemonia está com seus dias contados. Simulações estatísticas de pesquisadores da religião afirmam que a partir de 2022 os católicos serão menos de 50% da população e em torno de 2045 serão ultrapassados em números de fiéis pelos evangélicos. Percebe-se ainda um avanço constante de ateus e pessoas que se declaram “sem religião”.
Outro fator do declínio dos fiéis da Umbanda está no fato de que, ao contrário do que se imaginava, o enfraquecimento católico permitiu a ascensão de várias denominações religiosas que praticam a Teologia da Prosperidade, especialmente as evangélicas neopentecostais como a Igreja Universal do Reino de Deus, a Igreja Mundial e a Renascer em Cristo. Entre as práticas religiosas destas igrejas, em geral, está a demonização das religiões de matriz africana. Criou-se todo um discurso de que a Umbanda e o Candomblé são espaços do demônio, lugar de macumba e onde se sacrificam animais. Pais-de-santo e Mães-de-santo fazem “trabalhos” para destruir a vida, as finanças e a saúde das pessoas. São devotos da magia negra.
Outro fator foi que os evangélicos ocuparam os espaços deixados pelo envelhecimento católico ( num duplo sentido, de perda da vinculação dos cultos com as necessidades atuais e da idade avançada de muito dos seus seguidores). Os evangélicos também se abriram aos jovens pobres e negros da periferia, disputando espaço com as religiões sincréticas como a Umbanda e a Candomblé. A Umbanda, espaço de culto de maior liberdade de exercício – lembremos que muitos pais ou mães de santos são mulheres pobres e que sofrem com a violência doméstica, homossexuais e negros – perde fiéis para a reação conservadora das igrejas evangélicas neopentescostais. Às minorias permitiu-se sonhar com a prosperidade. Ideologia conservadora pois não apresenta aspectos de liberdade da Umbanda, nem àqueles levantados em pesquisa coordenada por Bairrão:
“A história cultural brasileira pode ser aprendida e apreendida não apenas em livros de história, mas também em terreiros de umbanda. A umbanda reinterpreta os valores, as visões históricas e os acontecimentos nacionais, dialogando com a realidade. As classes de pertença de seus espíritos refletem também grupos que geralmente sofrem ou sofreram exclusão social, uma marca de resistência e preservação de um modo de dialogar com a realidade social de forma a articular, pelos rituais, a inclusão social”[6]
A Umbanda e o Candomblé são também espaços políticos, movimentos de baixo para cima. Concede poderes “mágicos” aos negros, índios, quilombolas, mulheres que sofrem violência, homossexuais. Os neopentescostais querem o poder político dos partidos, câmaras, assembleias, congressos e dos cargos executivos. Mas não um poder concedido aos fiéis e sim aos proprietários da fé, ao contrário daquelas em que:
“A justiça, vista pela ótica dos subalternos, dos despossuídos, marginalizados ou precariamente dispostos nos lugares sociais, aparece como um fundamento moral da prática mágica umbandista” [7]
Nas tradições umbandistas existe a “ esquerda e a direita”. Exu é o guardião da entrada, é protetor das demandas. A “direita”, lembrando que não há nenhuma relação com a política ou viés preconceituoso. A “esquerda”, é o local da saída. Em muitos terreiros, a saída fica separada fisicamente do galpão onde ocorrem as cerimônias, os passes e em que encontramos a maioria das imagens de Jesus Cristo ( presente em quase todos os terreiros), dos Santos católicos, dos orixás africanos, como Ogum e Iansã, das entidades como o Zé Pilintra, o Caboclo das Sete Encruzilhadas. Exu é porteiro, protetor e condutor da religião. No lado extremo temos a Pombagira, encarnada em várias roupagens. Maria Padilha é a mais adorada pelos fiéis da Umbanda brasileira. Livre, independente. Com maridos e muitos amantes, Maria Padilha representa em muitos aspectos o empoderamento feminino.
“A umbanda legitima para a mulher um mundo que rompe com as normas dominantes e dá uma linguagem moral e um repertório ritual que facilita para ela articular esses significados alternativos”, diz Kelly. Forma-se um “triângulo” entre mulher, Pombagira e marido, que se submete em face da nova força da esposa, redefinindo relacionamentos. “Isso permite às mulheres negociarem convenções patriarcais de gênero e sexualidade que as relegam a um lugar subordinado ao homem, limitando o poder feminino à esfera doméstica e estigmatizando a sexualidade da mulher, enquanto ao homem tudo se permite.”[8]
Assim como Exu, Maria Padilha não tem medo de ninguém ou nada. Dá-se ao luxo de ser amante de entidades poderosas e esposa do Diabo. Ou seja, nem o demônio pode com o seu poder. Assim nos despedimos de um terreiro e deste artigo, com a Rainha de todas as encruzilhadas:
Ponto nº 1
Em um lugar distante, numa rua bem deserta, tinha um cemitério antigo, uma catacumba aberta, dentro da cova tinha pano de caixão, tinha osso de defunto, cravejado o coração, raspas de vela, sete novelos de linha, tinha cadeado velho, tinha sangue de galinha e dentro da cova tinha um vulto ajoelhado, era Maria Padilha trabalhando com o diabo.
Ponto nº 2
E abre a roda e deixa a Maria Padilha dançar. Mas ela tem dois amores ao seu lado, um é o seu marido o outro é seu namorado. Mas cuidado moço, eu vou te falar qual é. Ela é mulher de Tranca Rua e amante de seu Zé. Mas ela é linda, é linda demais, é a mulher de Satanás. Não mexe com ela, porque ela não mexe com ninguém, ela é ponta de agulha, quando mexe, mexe bem.
O título desse artigo é uma brincadeira com famoso ditado popular do futebol brasileiro, com uma sutil diferença. O que terminaria empatado seria o campeonato baiano. A troca pelo campeonato gaúcho se explica pelos dados levantados no IBGE, a maioria dos fiéis da umbanda, proporcionalmente falando, curiosamente se encontram nos rincões do Rio Grande do Sul.
Um sincretismo sem religião predominante. Ao contrário do Candomblé onde é evidente a matriz africana, na Umbanda o catolicismo, o kardecismo, e as tradições religiosas africanas e indígenas tem o mesmo peso. Esse amálgama cultural foi ressignificado e reelaborado, dando origem a religião única e riquíssima em sentidos e expressões. Mais do que isso, a Umbanda propõe-se a ser a religião da liberdade, seja na forma da crença ou na aceitação de quem pode ser fiel. Zélio falou na história da fundação da religião e muitos pais e mães de santo repetem hoje: “ A Umbanda é a casa de todos”. Trata-se de uma religião popular e genuinamente brasileira.
O risco do desaparecimento com a urbanização parece ter sido derrotado pela reinterpretação do espaço sagrado e das formas de culto. O novo risco é a demonização da Umbanda e do Candomblé, incluindo aí as críticas preconceituosas de grupos ambientalistas contra as oferendas. Uma galinha de encruzilhada vale mais do que milhares de bois do agronegócio.
Talvez as redes sociais possam ser um caminho para a expansão da fé dos umbandistas e um caminho pedagógico contra o preconceito. Vários terreiros oferecem cursos à distância para a formação religiosa ou mesmo para o sacerdócio, alguns com 15 a 25 mil seguidores. Mas temos grandes canais como o Entendendo a Umbanda, do Pai Patrik de Oxossi, com mais de 597 mil inscritos. Em outro, pertencente ao Terreiro de Umbanda Francisco de Assis, sediado em Sorocaba (SP), existem 190 mil inscritos nos canais de vídeo postados no YouTube. O Pai de Santo Ricardo tem 70 mil seguidores em seu canal Bate Tambor. São dezenas de páginas no Facebook, Instagram, YouTube, além de consultas espirituais ao vivo pelo Whatsup, com números de seguidores na rede muito superior às estatísticas oficiais, indicando que o interesse e mesmo o número de fiéis pode estar subestimado pelo medo e preconceito.
Mais uma vez a Umbanda pode se readequar a realidade. O terreiro agora pode ser um visor de celular ou uma tela de televisão. A encruzilhada uma mensagem compartilhada. Os espíritos penetram nas ondas eletromagnéticas, afinal:
O que Oxum constrói, ninguém destrói. O que Oxum abre, ninguém fecha. O que Oxum levanta, ninguém derruba.
[1] COSTA, Hulda Silva Cedro da (pag 91)
[2] SILVA, Marcelo Pereira da. Pág. 108
[3] SILVA, Marcelo Pereira da. Pág. 5
[4] René Somain, «Religiões no Brasil em 2010», Confins [Online], 15 | 2012, posto online no dia 02 julho 2012, consultado o 29 setembro 2021. URL: http://journals.openedition.org/confins/7785; DOI: https://doi.org/10.4000/confins.7785
[5] FERNANDES, SILVIA. Rev. Interd. em Cult. e Soc. (RICS), São Luís, v. 1, n. 1, p. 185-202, jul./dez. 2015. PP 188
[6] BAIRRÃO, José Francisco. Professor de Psicologia e pesquisador da Fapesp em fenômenos psíquicos na Umbanda. Entrevista
[7] Lísias Nogueira Negrão. Umbanda: entre a cruz e a encruzilhada (1998).
[8] HAYES, Kelly. Holy harlots: feminity, sexuality, and black magic in Brazil. University os California Press. 2019. Entrevista
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