CARLOS ARAÚJO (OUTRO OLHAR) - Matheus estava numa prisão sem muros, sem celas, sem grades. Não havia câmeras de vigilância, cadeados, guardas, nada disso. Os espaços eram amplos como no deserto. Qualquer rumo podia ser uma direção a seguir. Um passo à frente significaria o início de uma jornada. Mas ele não sentia força na perna. Não conseguia sair do lugar. Alguma coisa o aprisionava.
O ódio solto no pasto
CARLOS ARAÚJO (Outro Olhar) - Meu romance “O ódio solto no pasto” está em pré-venda e em breve estará nas livrarias e em e-book. A obra é uma publicação da editora Astrolábio, do Grupo Atlântico, que tem atuação nos mercados editoriais brasileiro e português.
Uma surpresa para Carla
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Mário Melo entrou num bar da Mooca. Não sabia se pediria vinho, cerveja ou água. Acabou pedindo refrigerante, mais pelo calor do que pela bebida em si. E, enquanto esvaziava a garrafa, pensou em Carla. Como ela reagiria quando ele chegasse em casa? Ele não avisara que voltaria naquele momento, um sábado de manhã. Carla com certeza teria um choque de surpresa. Ele viajara ao exterior para trabalhar, ganhar dinheiro e retornar em dois anos. E agora, em metade desse tempo, estava de volta. A combinação de sorte com ousadia o levara a ganhar em tempo recorde mais dinheiro do que havia previsto. Agora tinha recursos suficientes para uma vida digna.
O Natal de Miudinho
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Miudinho, um garoto que vivia na rua e era tão pequeno como indicava o apelido, atravessou a ponte e tomou o rumo do centro da cidade. Gostava de andar de um lugar para outro nessa época do ano. Havia mais gente na rua, tanta gente que as pessoas se atropelavam. Carregavam sacolas, olhavam vitrines, iam e voltavam, subiam e desciam escadas, entravam e saíam das lojas, comparavam preços e produtos. As criaturas ficavam mais solidárias nesses dias que antecediam o Natal e Miudinho era beneficiado porque nesse período essa gente lhe dava mais atenção.
As balas do Papai Noel
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Havia uma praça, um grupo de crianças e um Papai Noel. O velho de barba branca e roupa vermelha chegou à praça em pé na carroceria de um caminhão. As crianças cercaram o veículo. Eram meninos e meninas que acreditavam que o Papai Noel era uma figura verdadeira. Nada os faria pensar diferente.
Outsider
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Não fui ao cinema assistir “Vingadores”, não vi a série “Game of Thrones” , nem tomei conhecimento de nenhum jogo da última rodada do campeonato brasileiro de futebol.
Tributo ao pai
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Se a mãe é a referência de carinho e proteção, o pai é o símbolo da coragem e da aventura de viver. Enquanto foi possível, eu tive o privilégio da nossa convivência intensa desde os primeiros anos de vida. Guardo a lembrança do tempo em que você me levava sentado nos ombros, suas mãos firmes nos meus braços, eu pela primeira vez enxergando o mundo de uma altura diferente.
Meu pai contava histórias
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - A figura paterna se impõe com força nas nossas vidas e ganha atenção especial nesses tempos que antecedem o Dia dos Pais. Como habitualmente, os pais são inspirações para os filhos. Quanto a mim, entre as influências que herdei de meu pai, destaco o gosto pelas histórias contadas em verso e prosa, fictícias e reais, divertidas umas, trágicas outras.
A caneta perdida
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Eram os tempos do AI-5, quando a situação não era nada fácil no Brasil para os comunistas. Saulo Aurélio morava numa rua do centro de Sorocaba. Um dia, na esquina, veio morar um homem com jeito de agente da polícia e Saulo Aurélio ficou com medo. Não tinha feito nada errado, não cometera nenhum crime, não era militante político. Era funcionário público de bem com a vida, gente boa, cumpria as suas obrigações em dia e frequentava a missa todos os domingos. O problema era que tinha amigos comunistas e isso podia ser extraordinário fator de complicação naqueles tempos sombrios.
#fridasofia e o avião pagador
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) – Há tempos, a tentativa de resgate de uma menina de 12 anos dos escombros de uma escola comoveu multidões de pessoas em todo o mundo. Era o dia seguinte a um terremoto na Cidade do México. Um militar e uma rede de TV divulgaram detalhes de comunicação dos socorristas com a menina Frida Sofía (esse era o nome), o que aumentou a aflição em meio a tamanha carga dramática. Mas a farsa durou 24 horas: a menina não existia. E o que foi tratado como fato jornalístico não passava de ficção.
O churrasco milionário*
CARLOS ARAÚJO – (Blog Outro Olhar) - Cidade do interior. Era um tempo em que pouca coisa acontecia e toda programação, por mais modesta que fosse, virava uma festança. Eis que um tradicional encontro de cavaleiros foi realizado no fim de um mês de maio distante. Época inesquecível, mais pela crise que o país atravessava do que por nostalgia. O prefeito habitualmente participava da festa com os discursos de sempre. O encerramento foi num domingo.
Quatro olhos e uma canção
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - A primeira vez que identificou a necessidade de usar óculos foi aos sete anos, na escola, quando tinha que se levantar da cadeira e deixar o fundo da classe, onde se refugiava da timidez incurável, para se deslocar à frente e poder enxergar a lição na lousa.
Parabéns a todas as Mães!
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Parabéns a todas as Mães neste domingo muito especial. Mães que amam, dão carinho, cuidam, abraçam, recolhem, abrigam os filhos. Mães que brincam, se divertem com os filhos, sonham, reúnem a família, se desdobram em agrados e atenção. Mães que dão conselhos, corrigem, alertam, vigiam, protegem, acompanham todos os passos da família. Mães que vão ao supermercado, ao centro de saúde, à padaria, à feira e ao shopping mais próximo. Mães que abençoam os filhos pela manhã, que rezam pela segurança deles, que pedem a Deus para acompanhá-los em todos os seus passos.
A cuidadora de idosos
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) Todos os dias jantavam juntos, isolados, num canto do refeitório da fábrica. Eram os dois remanescentes de um grupo de dez colegas de trabalho. Os outros oito tinham sido demitidos. André e Osvaldo, os que sobreviveram, tinham saudades da companhia dos colegas dispensados. Colegas, não. Eram todos amigos. Muitos anos jantando em grupo e se reunindo nos horários do café na empresa fizeram deles algo semelhante a uma confraria de camaradagem.
O sertão indomável
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Meu nome é João José da Silva, tenho 50 anos e sou caminhoneiro. Em 30 anos de estradas, conheci todo o Brasil e vi e vivi coisas de arrepiar por esse mundão afora, desde assombrações até o dia em que fui vítima de assalto seguido de sequestro. Mas nada mais extraordinário do que esta noite em que presencio um encontro de Machado de Assis, João Guimarães Rosa e Graciliano Ramos.
Doce ilusão
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Quanta história, quanta emoção, quanto mistério pode conter um ovo de Páscoa. Na quinta-feira antes da Páscoa, ao terminar mais um dia de treino na academia, João Navarro despediu-se de Irma -- uma linda mulher com quem trocava as primeiras conversas -- com uma receita de gastronomia: -- Coma chocolate à vontade, sem moderação. -- Só se eu ganhar um ovo de Páscoa -- provocou Irma.
Mensagem no WhatsApp
CARLOS ARAÚJO – (Blog Outro Olhar) - Ontem, recebi no WhatsApp a mensagem de um amigo de infância, Ariovaldo Albuquerque, que mora no Rio. Engenheiro civil, ele perdeu o emprego, não encontrou recolocação e agora sobrevive como motorista de aplicativo.
Injeção de saudade
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - A mãe tem trinta anos ou menos, e a filha, no máximo dois anos. Ocupam a mesa ao lado no café da manhã desta sexta-feira num hotel de Salvador. Diante delas, na mesa, são vistos dois pratinhos com pão e queijo e um copo de suco de laranja.
Era uma vez a cidade dos poetas
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Houve um tempo em que os poetas de todo o mundo se reuniram e tomaram a inédita decisão de construir uma cidade só para eles. O nome do lugar era Poesia. Morar ali era permitido somente para quem se dedicasse à linguagem poética como vocação e sentido para a vida.
Os vivos e os mortos na esquina do mundo (II)
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Kafka e Poe reapareceram na mesma esquina de onde tinham fugido de mim na noite anterior. Surgiram do nada, como se tivessem sido transplantados pela máquina do tempo. Eu os vi com a diferença da fração de um piscar de olhos. E desta vez me aproximei rápido, antes que pudessem fugir novamente. Eu seria capaz de retê-los pelos colarinhos, mas não foi preciso recorrer à força.
Os vivos e os mortos na esquina do mundo (I)
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Que Kafka tenha construído labirintos que nos ajudam a entender quem somos hoje e que Poe tenha criado o terror que inspira os nossos pesadelos, não há sombra de dúvida. Que esses dois profetas do apocalipse da existência revolucionaram a literatura, também não há dúvida.
São Paulo: mistério e paixão
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - O lugar e a época do nascimento marcam o destino do homem. Eu nasci na Freguesia do Ó, zona norte de São Paulo, em 16 de março de 1961. São dados que acompanham todo indivíduo como se fossem códigos de um DNA existencial.
Hora marcada para ouvir os Beatles
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) – Você recebe uma notícia com título bombástico nas redes sociais e imediatamente o seu desconfiômetro é acionado com a pergunta: “Isso é verdade ou mentira?” Para os precavidos, acreditar na mensagem recebida depende de outras fontes de confirmação. Mas muitos outros acreditam na primeira hora e as conseqeuências podem ser desastrosas. Em tempos de fake news, verdade e mentira travam guerra sem trégua o tempo todo, em todos os níveis e lugares, e este é atualmente o grande desafio da história humana.
Evandro, o mestre que chega chegando
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) – O escritor Evandro Affonso Ferreira é o mais novo integrante dos blogueiros “refugiados” no Coletivo de Blogs Terceira Margem. Ele “chega chegando”, “causando”, botando “fervura” com suas “pílulas” de mensagens na insondável zona de conforto dos blogueiros independentes. E é recebido pelos amigos em clima de festa e animada confraternização, numa demonstração de que a alegria e o bom humor continuam sendo armas de combate à tristeza e à angústia em tempos tão difíceis, incertos, improváveis.
Duelo de monstros e de anjos
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Ontem, a amiga Carla Cristina Camargo me enviou no WhatsApp o vídeo de um padre de grande credibilidade e que é muito querido dos católicos, também de pessoas de outras religiões e até mesmo de ateus. O religioso faz uma live com abordagem sobre o ódio no mundo e vincula o fenômeno com a existência de monstros interiores existentes nas criaturas humanas e adverte que eles precisam ser contidos com os recursos da coragem e do controle emocional. O conteúdo da mensagem provocou um forte impacto em Carla. “Há um monstro dentro de mim e eu não sei o que fazer”, ela digitou, horrorizada, consciente de que essa é uma descoberta terrível e precisa achar um jeito de lidar com o problema: “O que devo fazer?”
Obra de arte da natureza
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Foi muito tardiamente, aos quinze anos, que conheci o mar pela primeira vez. E a experiência foi marcada pelo pânico. Entrei na água sem respeitar a margem de segurança e uma onda me encobriu. Por uns instantes fiquei suspenso na água, sem direção, sem localizar a praia. Senti um pavor indescritível. Quando pensei que estava perdido, avistei a praia, senti os pés tocarem a areia e saí da água. A sensação de sobrevivência valeu como lição.
O amor mora no coração
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Carla Cristina Camargo, uma amiga de longa data, envia no WhatsApp uma mensagem que diz que “o amor não mora nas palavras, mora nas atitudes”. Como a frase sugere, ela está de coração partido e sabe muito bem que eu estou na mesma situação.
Não me abandone, por favor
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Dizem que o primeiro amor é o mais verdadeiro entre tantos possíveis amores ao longo da existência. Nelson Rodrigues afirmava que o grande amor é o amor platônico.
Felicidade e perdição
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Alta noite, um escritor e uma publicitária conversam no WhatsApp. São amigos de longa data. O assunto é profissional. De repente, o diálogo se desvia para a guerra dos sexos. O foco é o duelo entre os canalhas e os românticos com o sucesso e a perdição na arte de seduzir a mulher. Eis a transcrição, que começa com “viagens” sobre o modo confiança no homem e na mulher.
Tereza tão triste
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Deram-me o nome de Tereza, talvez por eu ser “quase” humana. E eu sou uma câmera no alto de um poste. Meu ponto de filmagem parte do centro da rotatória de um cruzamento de duas avenidas numa grande metrópole. Meu ângulo de visão tem alcance de quinhentos metros nos quatro corredores de ruas que se cruzam e se estendem em cada direção.
O vale dos vilões
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Os vilões são capazes de negar o sol em pleno verão de quarenta graus à sombra. Os vilões têm o prazer de negar a própria negação quando desdizem no minuto seguinte o que acabam de afirmar agora. Os vilões ignoram a história, os documentos, as provas, as certificações de conhecimento acumulado em séculos e gerações.
A arte de ser otimista
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - A jornalista Carla Cristina Camargo, leitora muito especial que tem a generosidade e a paciência de acompanhar o que escrevo há 11 anos, pede uma crônica otimista e eu não posso deixar de atendê-la.
95 velas para Dalton Trevisan
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Nesses tempos tristes e sombrios, em virtude das milhares de mortes da pandemia entre as quais ocorreram grandes perdas para a cultura brasileira (Aldir Blanc e Sérgio Sant’Anna, entre outros), a possibilidade de comemorar o aniversário de um mestre da literatura é uma oportunidade marcante. Esse mestre é o paranaense Dalton Trevisan, o maior contista vivo do Brasil e um clássico que integra a galeria dos maiores craques da história curta no mundo. Ele completa 95 anos neste domingo (14). O título acima é uma alusão a “Uma vela para Dario”, um dos seus contos mais extraordinários.
Hora de aprender com as dolorosas lições da história
CARLOS ARAÚJO (Blog do Araújo) - Quase unânime a constatação de que ler é uma boa alternativa para esses tempos de isolamento social. Acabo de ler o livro “A Batalha das Ardenas – a cartada final de Hitler” (Editora Planeta do Brasil, 542 págs.) De autoria do historiador inglês Antony Beevor, a obra é uma detalhada narrativa da última grande ofensiva de Adolf Hitler na região das Ardenas, na Europa, nos estertores da Segunda Guerra Mundial. Texto magistral, linguagem jornalística, ritmo intenso típico dos melhores romances de ficção, com a diferença que este é um documento histórico, muito bem construído e documentado.
Carlos Roberto de Gáspari
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Muitos são os homens que contribuem para a composição da narrativa histórica, mas raros são os que marcam a passagem por este mundo com o exemplo de quem faz a diferença nos rumos da história de uma geração. Carlos Roberto de Gáspari, o sindicalista falecido nesta quarta-feira (4), pertence à categoria dos brasileiros que fizeram a diferença nos momentos decisivos da história de Sorocaba e Região e se projetaram na galeria dos grandes sindicalistas brasileiros.
Terror trash no Cinema Brasil
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Antigamente você entrava no cinema para assistir a um filme de terror com todos os seus sentidos preparados para o pânico calculado e tão esperado. Hoje você começa o dia e a sensação é de que o filme de terror já está em andamento, você perdeu o início e desta vez não está preparado para os sustos da exibição. Não há como deletar ou ignorar a projeção da obra trash e todo mundo está ligado nela com a mesma paúra de quem assiste ao último lançamento de “O massacre da serra elétrica”.
Janela de outono
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Da janela olho para a avenida na madrugada fria. Passam uma moto, um automóvel, um homem a pé. Um ciclista empurra a bike no trecho de subida. Tudo parece tranquilo. Nenhuma ameaça à vista. E pensar que a grande ameaça não é visível. Recomendam ficar em casa. Outros dizem que é possível sair desde que se use máscara. Fico em dúvida se o vírus pode entrar pelos olhos. Fecho também a janela. Medo de o vírus entrar por uma fresta.
O pastor e suas ovelhas
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Era um lugar muito distante. A época não é identificada ao longo da história da civilização. No calor de uma guerra que matou milhares de soldados, um combatente perguntou ao comandante o que ele achava do número de mortes que já superava o de outras guerras.
Os hóspedes e o vírus (Última parte)
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - A jornalista que liderava o comando de sobrevivência dos hóspedes era a brasileira Júlia Medrado. Pela primeira vez na vida ela sentia o medo numa dimensão muito além do limite tolerável. “Quanta fragilidade”, ela pensou, ao levar em conta o contraste entre a capacidade do homem de construir a maior máquina de guerra da história e todo esse poder não ser suficiente para o combate ao inimigo invisível.
Os hóspedes e o vírus (Parte IV)
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - O amanhã veio com mais problemas para os hóspedes do hotel durante a pandemia. De repente, um novo grupo de vinte pessoas se reuniu em frente à entrada do prédio. Vinham de outra parte da cidade e pediam abrigo. Entre eles havia quatro crianças e dois idosos. Abandonaram o abrigo no galpão de uma antiga fábrica porque faltou comida e agora precisavam de um local em condições de recebê-los. Suplicavam ajuda para garantir uma sobrevida.
Os hóspedes e o vírus (Parte III)
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - A quarentena no hotel à beira-mar era como uma prisão. Os hóspedes só tinham algum tipo de comunicação externa por meio do recebimento da alimentação, fornecida em materiais descartáveis, e da retirada do lixo.
Os hóspedes e o vírus (Parte II)
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Quanto mais dramática é a situação, maior é o tamanho da fragilidade humana. Foi essa a sensação que envolveu a jornalista no interior do hotel em quarentena perante um dilema moral: devia contar ao mundo que o vírus já matara dois hóspedes ou devia omitir essa informação?
Os hóspedes e o vírus (Parte I)
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - Não era dia, não era noite. Era aquele momento em que os últimos raios de luz travam uma espécie de duelo com a aproximação da noite e o efeito é de desequilíbrio entre as diferentes percepções de tempo e espaço.
Outro Olhar: enigmas e labirintos
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - A vida pode ser comparada a uma longa viagem. Podemos traçar um roteiro, mas nem sempre o destino pretendido pode ser alcançado. Acidentes de percurso, curvas perigosas, desvios forçados e outros imprevistos podem mudar os sentidos do caminho traçado. E para o viajante, o importante é ir em frente e curtir os bons ventos da jornada.
Rubem Fonseca, o franco-atirador do conto e do silêncio
CARLOS ARAÚJO (Blog Outro Olhar) - A morte de um grande escritor é sempre um momento em que realidade e ficção se cruzam como num acerto de contas. A notícia da morte de Rubem Fonseca aos 94 anos, na tarde desta quarta-feira (15), é um acontecimento capaz de deslocar a nossa atenção atualmente concentrada na... Continuar Lendo →